Todo mundo já sentiu saudade ao
menos uma vez na vida, seja de alguém, seja de algum lugar, ou até mesmo de
alguma coisa. Embora esse sentimento as vezes incomode um pouco, ele se faz
presente em nossas vidas, e é definitivamente inevitável. Vamos senti-lo,
querendo ou não.
Há porém algo que precisa ser
esclarecido a esse respeito. Existem diversas “saudades”, e cada uma se difere
da outra de vários modos inclusive em sua intensidade. Por exemplo: há a
saudade da mãe que não vê o filho e transborda de uma profunda e calada
tristeza, há a saudade dos amigos que não se encontram por um longo período e
ao se reencontrarem é como se nunca tivessem se separado, há a saudade dos
apaixonados em que, por vezes horas parecem meses e dias parecem anos. Enfim há
realmente inúmeros tipos e maneiras de sentirmos a saudade.
Devo ressaltar um modo especial
de saudade, pois essa é a que mais pode nos machucar, porém também pode nos
servir de excelente aprendizado. É a saudade de nós mesmos, quando começamos a
lembrar de fatos, períodos de nossa época em que, exatamente nesse período,
vivemos de certo modo felizes, éramos mais espontâneos, importávamo-nos menos
com as críticas e opiniões alheias. E ao atravessarmos pela estrada da vida,
passamos uma espécie de “rolo compressor” em cima de nós mesmos e, simplesmente
paramos. Paramos de nos importar conosco, paramos de amar (a nós e aos outros),
paramos de buscar novos caminhos, paramos de renovar atitudes e, com isso, nos
tornamos pessoas estranhas a nós mesmos.
E aí começamos a sentir saudades
de quem um dia fomos, a vida perde muito de sua graça, perdemos o sorriso
espontâneo e as vezes ingênuo, perdemos não raro alguns dos melhores amigos,
pois estes também se tornaram pessoas estranhas, para eles e para nós. Passamos
então a nos isolar, achando que tudo e todos estão prestes a nos atacar e a
tirar algo de nós, sem perceber que nós tiramos de nós mesmos o que havia de
mais importante: nossa autenticidade e alegria de viver e encontrar prazer na
vida.
Quando isso acontece, devemos
pelo menos, começar a pensar em matar a saudades de nós mesmos, buscando “nosso
paraíso perdido” que não está em outro lugar senão dentro de nós!
Samuel Ribeiro da Silva
psicólogo junguiano
ORIENTAÇÃO
“Se cada um de nós concentrasse mais a atenção em seu mundo interior,utilizando as sensações como guia ou caminho, com certeza encontraria maior sentido para sua existência.” (Hammed)
“Se cada um de nós concentrasse mais a atenção em seu mundo interior,utilizando as sensações como guia ou caminho, com certeza encontraria maior sentido para sua existência.” (Hammed)